Se o ditado diz que “todas as estradas vão dar a Roma”, pelos nossos caminhos, Lisboa foi a Roma portuguesa. Durante muito anos, no setor de mediação imobiliária português, assistiu-se a uma acérrima procura por imóveis na capital lusa, sendo este o principal foco de procura por habitação.
Esta foi uma realidade que se estendeu por muitos anos mas que, aos poucos, tem vindo a alterar-se. A descentralização imobiliária é a realidade a que começamos, cada vez mais, a assistir.
Sustentada por dados recentemente fornecidos pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), a tendência para descentralizar o investimento imobiliário vem afastar-se do monopólio lisboeta, levando a um crescimento no sector imobiliário noutras cidades do país. Este crescimento, sólido e sustentado, tem como resultado a valorização de imóveis localizados em outros pontos de Portugal.
Uma das regiões que a associação APEMIP mostra como valorizada por esta tendência será o Porto. A cidade invicta encontra-se este ano, pela primeira vez, em primeiro lugar na procura imobiliária no nosso país. O presidente da APEMIM, Luís Lima, afirma que esta tendência durará até a oferta reduzir e acredita que, posteriormente, a procura se deslocará para outros pontos do país, onde exista uma melhor oferta.
Luís Lima acredita ainda que é necessário recorrer a construções novas, investindo nelas e apresentando-as aos que procuram habitação a preços razoáveis. Segundo o presidente da APEMIP, contrariando a tendência para a oferta diminuta e sobrevalorizada, o mercado imobiliário terá tudo para crescer 30% no corrente ano.
Segundo dados fornecidos pela APEMIP, em 2016, o crescimento proveniente de transações de alojamento familiar teve um crescimento de 18,5 relativamente ao ano transato.
Foto: © Diego Delso
Entre as expetativas correntes, acredita-se que, seguindo a lógica de crescimento a que temos vindo a assistir (de acordo com as vendas reportadas por empresas de mediação imobiliária, os preços dos imóveis subiram 7,5% no período compreendido entre Setembro de 2015 e Setembro de 2016), tendo as cidades de Lisboa, Faro e Braga sido aquelas nas quais os preços mais subiram. É expectável que o preço dos imóveis continue a subir, acreditando-se que, apesar disto, as vendas crescerão em cerca de 30%.
Este cenário de crescimento progressivo e constante que se manifesta, de forma clara, em cinco trimestres de valorização, revela uma melhoria significativa à qual já não se assistia, neste setor, desde que, em 2008, se deu o início da crise económica. Isto estará, provavelmente, relacionado com a maior facilidade de acesso ao crédito à habitação e às taxas de juro que atingem valores historicamente reduzidos. Esta facilidade de acesso ao crédito, aliada às mensalidades mais baixas impulsiona, pois, a aquisição de imóveis, apesar dos preços dos mesmos estarem – e tenderem a continuar – a subir, o que impulsiona, também, o crescimento do sector imobiliário.