Frágeis, as pétalas das flores voam facilmente com o vento, têm um tempo de maturação muito curto e estão constantemente em renovação. No centro, as flores são amarelas e, na base de cada pétala branca, contam com uma mancha vermelho-acastanhada.
As propriedades medicinais da esteva não estão ainda muito investigadas, mas através dos tempos tem sido usada por populares, por exemplo, para lavar e desinfetar feridas ou para aliviar picadas de insetos.
Com um odor balsâmico, quente e persistente, a esteva é também aproveitada em produtos de perfumaria, cosmética, saboaria ou aromaterapia, devido a algumas propriedades calmantes, relaxantes.
Este é o tipo de planta capaz de sobreviver em ambientes inóspitos e de prosperar mesmo na maior das adversidades, tendo-se adaptado a viver e a florir onde outras plantas, mais sensíveis a climas rigorosos, simplesmente não conseguem vingar! A esteva é considerada como uma planta muito resistente ao vento e à seca.
A esteva tem servido também de inspiração, seja a pintores ou poetas, como é o caso do ilustre poeta sambrasense Bernardo de Passos, que viveu entre o final do século XIX e o início do século XX.
“Eu amo o meu País, embora sobre a Terra,
Em cada homem veja apenas um irmão.
Nós somos como a esteva ou a urze da serra
Que só floresce bem no seu dorido chão...
Na Pátria, o coração é uma árvore. Cresce,
Prendendo-lhe a raiz e em flor sorrindo ao céu!
Quanto mais se ergue em flor, mais ele à raiz desce,
- Mais ele beija e abraça o chão onde nasceu...”
A primeira quadra consta, aliás, na estátua que existe em homenagem ao poeta no centro do Largo de São Sebastião em São Brás de Alportel, um dos principais pontos desta vila-concelho do sotavento algarvio.
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