Cavalos-Marinhos da Ria Formosa

Sabia que o Algarve abriga uma das maiores comunidades de cavalos-marinhos do mundo? Protegidos pelo sistema dunar da Ria Formosa, as espécies de focinho longo e de focinho curto que aí residem beneficiam de habitat constituído por um labirinto de sapais, canais e ilhotas.

Com uma incrível capacidade de camuflagem, este enigmático ser marinho esconde diversas curiosidades, como o facto de ser o macho a dar à luz e de manter uma relação monogâmica com a fêmea, com quem sincroniza os movimentos até ao entrelaçar das caudas enquanto nadam em conjunto.

Contudo, a comunidade existente na Ria Formosa, que chegou a ter quase dois milhões de cavalos-marinhos (a maior em todo o mundo), reduziu-se nos últimos anos para pouco mais de 150 mil e encontra-se em risco. Anualmente são capturadas largas dezenas de milhões de cavalos-marinhos no mundo, sobretudo devido à sua utilização na medicina oriental. Na Ria Formosa o seu declínio justifica-se com as alterações climáticas e consequente aumento da temperatura das águas, que trouxe espécies invasoras, a par da ação direta do homem, com o excesso de tráfego marítimo e a pesca ilegal.

Iniciativas como os projetos do Centro de Ciências do Mar e do Seahorse, têm procurado contribuir para a sobrevivência da espécie. No Algarve este assunto tem merecido especial atenção, incluindo com as recém inauguradas esculturas urbanas da autoria do artista plástico Bordalo II, que alertam para o estado de conservação dos cavalos-marinhos da Ria Formosa. 

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