Vestígios Romanos – De Faro a São Brás de Alportel

As ruínas de Milreu em Estoi

O complexo residencial de Milreu, em Estoi, revela uma ocupação contínua desde o século I até ao século XI. Esta villa romana incluía termas e vários edifícios em redor, como um templo e diversas estruturas comerciais e industriais, que faziam parte do quotidiano romano.

A casa quinhentista e atividades culturais

No local, existe também uma casa quinhentista construída sobre as ruínas romanas. Integrada no roteiro de visita, essa casa passou a acolher exposições e eventos culturais após ter sido restaurada pelo Estado português em 2001.

Estudos arqueológicos e achados em Milreu

As ruínas de Milreu foram amplamente estudadas a partir de 1877, pelo arqueólogo tavirense Estácio da Veiga, atraindo o interesse de especialistas de todo o mundo. Entre os achados arqueológicos contam-se mosaicos com temas marinhos, esculturas e mármores. Desde 1910, as Ruínas Romanas de Milreu são consideradas monumento nacional.

As termas romanas e os mosaicos marinhos

As termas de Milreu faziam parte dos rituais diários dos romanos e são conhecidas pelos painéis de mosaicos que decoram as suas paredes e pavimentos. Esses mosaicos, presentes no templo, na casa e nas termas, apresentam figuras mitológicas, cenas desportivas e animais marinhos.

O comércio marítimo e a dieta romana

Os motivos marinhos dos mosaicos reflectem o papel do comércio marítimo no desenvolvimento económico da villa, graças à proximidade com a cidade portuária de Ossónoba (atual Faro). A fauna marinha era essencial para a dieta romana, que incluía molhos feitos a partir das entranhas dos peixes.

Descoberta do busto feminino nas termas

Durante as primeiras escavações junto às termas femininas, foi encontrado um busto de uma mulher com penteado elevado. Essa peça, atualmente preservada no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, é um dos achados mais importantes de Milreu. O local está aberto ao público e recebe visitantes interessados na história romana.

A calçada romana de São Brás de Alportel

Mais a norte, na Estrada Nacional 2, em direção à Serra do Caldeirão, encontram-se os vestígios da calçada romana, no concelho de São Brás de Alportel. Essa via fazia parte do itinerário XXI de Antonino, uma das principais rotas da antiga Lusitânia, ligando diferentes povoações romanas.

O itinerário XXI de Antonino e as conexões regionais

O itinerário de Antonino registava estações e distâncias ao longo das estradas romanas, incluindo orientações para o deslocamento entre as povoações. A calçada provavelmente era uma ligação secundária entre Ossónoba (Faro) e Pax Julia (Beja), passando por Milreu. Foi gradualmente abandonada após a construção de uma estrada moderna em 1860, restando apenas como um caminho rural para pastores e moradores locais.

Caminhadas na calçada romana de São Brás de Alportel

Atualmente, é possível explorar dois troços preservados da calçada romana em São Brás de Alportel (trajetos A e B). Na vila, junto às Piscinas Municipais Descobertas, encontra-se o Centro Explicativo e de Acolhimento da Calçada, onde se inicia o percurso pedestre.

Informações adicionais:

• Visite as Ruínas Romanas de Milreu em Estoi para conhecer melhor o passado romano no Algarve.

• O Centro Explicativo e de Acolhimento da Calçada Romana em São Brás de Alportel oferece apoio para explorar a calçada e entender a história da região.